XXI Congresso Internacional de Expressão Gráfica Arquitetónica
Universitat Politècnica de Catalunya

Apresentação

Certezas

as técnicas tradicionais, a geometria, os dados, uma informação fiável, os referentes.

IncertEZA

intrínseca ao processo de ideação, ao projeto de arquitetura, à construção de um desenho, às tecnologias ainda não conhecidas e às opiniões.

Se há algo que nos congrega neste mundo da expressão gráfica arquitetónica são as CERTEZAS que nos oferecem as técnicas tradicionais, o desenho, o traçado digital, a narrativa de uma linguagem partilhada, o levantamento da realidade, a geometria, o traço manual. Apegamo-nos às tradições, ao que sabemos e damos como certo. As certezas reconfortam-nos…

Mas, se algo partilhamos todos os que estamos envolvidos nesta disciplina, da qual aprendemos e a qual pretendemos ensinar, é também a INCERTEZA. Fazer arquitetura significa mover-se entre a incerteza, o tatear, o esboço, as variantes, que são evidências do incerto, do não definitivo.

Dispomo-nos a projetar, a criar, a idear olhando para um lugar desconhecido, do qual a única coisa que sabemos com certeza é que mudará. Marina Garcés, no seu livro “El temps de la promesa” (Ed. Anagrama, 2023), escreve que “…dizemos que não esperamos nada, que vivemos em tempos incertos, que ninguém sabe o que acontecerá, nem qual será o próximo acidente ou catástrofe iminente. E, ainda assim, esperamos e ansiamos por algo… “ 

Ser professor é, por si só, confiar que existe um futuro, aquele que protagonizem os nossos alunos. Ser professor de arquitetura é munir os estudantes de elementos com os quais fazer o que não está feito. Ser arquiteto é saber mover-se confortavelmente no incerto.

Tanto no mundo do levantamento patrimonial, da especulação geométrica da forma, como no do design computacional, entrou-se numa etapa que obriga a trabalhar entre a certeza e a incerteza. Ainda não delimitámos quais são as certezas, o fiável, sobre o qual podemos assentar as nossas propostas, nem acabamos de identificar o imprevisível, mas é claro que devemos incorporar, no nosso fazer, que os caminhos que tomamos têm grandes doses de incerteza.

Parece lógico duvidar da bondade das novas tecnologias, e não seria prudente incorporá-las sem mais, mas a universidade não pode iludir a discussão; teremos de nos posicionar para que a incorporação do novo sirva para manter e, se possível, melhorar a qualidade da arquitetura. O que significa que essa mudança tem de poder ser um avanço e não um retrocesso na formação dos arquitetos que passam pelas nossas salas de aula. Temos de encontrar as posições a partir das quais trabalhar. O que não podemos ter são preconceitos nem pré-posicionamentos.

Situamo-nos, pois, na encruzilhada perfeita: propor encontrar as ferramentas para descartar, afirmar ou consolidar as certezas, colocar a informação no seu devido lugar e converter a incerteza numa fresta para a criatividade.

O EGA26 pretende ser uma partilha daquilo que cada um ou cada grupo investigou, testou, pôs em dúvida ou descartou com o seu trabalho em expressão gráfica. Propomos uma plataforma onde nos possamos explicar e ouvir, a partir da qual seguir para a próxima etapa.

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